sexta-feira, 27 de março de 2009

Procurador-Geral de Justiça do RJ afirma que sociedade precisa se organizar para ajudar a combater o crime


Ao proferir palestra no 20º Encontro do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas, que teve início nesta quinta-feira (26), em João Pessoa, o Procurador-Geral de Justiça do Rio de Janeiro, Cláudio Soares Lopes, sugeriu que a sociedade brasileira precisa se organizar, através dos seus vários segmentos, para ajudar no combate ao crime. O evento, que está sendo realizado no Hotel Verde Green, no Bairro de Manaíra, termina nesta sexta-feira com a palestra do Ministro do Superior Tribunal de Justiça Gilson Dipp, a partir das 16h30.

O Procurador observou que o crime está bem organizado, e melhor organizado ainda estão o que chamou de “forças externas”, embora não as tenha identificado. “Às vezes, todos os órgãos que integram a Segurança Pública talvez não sejam entrosados, e ai é que eles (os criminosos) levam vantagem”.

Acrescentou Cláudio Lopes Soares: “Os criminosos agem de surpresa, na clandestinidade, enquanto nós somos mais formais. Evidentemente que temos que ser, mas acho que a formalidade não pode servir de empecilho para que venhamos, exatamente, a ter essa troca de experiência, para que agente possa formalizar, sem exageros, esse entrosamento. Então eu vejo que essa iniciativa, ela é extremamente relevante”.

Cláudio Lopes Soares, que assumiu a Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro no início deste ano, frisou que o crime organizado é um problema nacional e internacional, “mas no Rio de Janeiro é, realmente, extremamente grave”. Ele acrescentou que os encontros do GNCOC é muito importante na medida em que possibilita a troca de experiências e de informações.

O Procurador narrou que, até chegar a Procurador-Geral de Justiça do Rio, teve algumas experiências administrativas, mas em órgãos de execução tive muitas, como na Vara Criminal, Promotoria do Júri. Observou que talvez nos outros estados não seja diferente do que é no Rio de Janeiro. “Mas também por causa da exposição da mídia, da Rede Globo, é que tenha tornado a coisa um pouco pior. Mas eu posso dizer que parece muito pior porque a notícia vende”, prosseguiu.

Avaliou que a situação no Rio de Janeiro está realmente muito grave, e completou “Só para ter uma noção, eu estou fazendo aqui um rápido paralelo, de alguns anos atrás. Eu tive a oportunidade de participar de uma diligência, que achei importante como um marco pela exposição da própria mídia, que foi o estouro da fortaleza de Castor de Andrade. Eu e um grupo de colegas, naquele momento, fizemos umas das primeiras investigações diretas, por parte do Ministério Público. Fomos a toca do Castor, apreendemos livros caixas, que mostrava uma rede terrível de corrupção envolvendo policiais civis, militares, políticos, e aquilo deu uma dimensão muito grande em razão do volume de pessoas envolvidas”.

Àquela época, segundo ele, embora já existisse o tráfico de drogas, olhando essa situação - não sei não se eu posso dizer isso - dá até um pouco de saudade daquele tempo, porque, naquela época o crime já era organizado, mas não tinha a dimensão que tem hoje. O Procurador detalhou que a dimensão do crime em 1993 para hoje ganhou uma dimensão assustadora. Eu como membro do Ministério Público não tenho receio, nos achamos até meio imunes, lógico que precisamos ter cautela às vezes, porém como cidadão, eu confesso, como cidadão tenho até receio”.

Fonte: MP-PB.

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