Curso de Extensão
DROGAS NA PERSPECTIVA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
(Curso de Introdução – 20h)
DROGAS NA PERSPECTIVA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
(Curso de Introdução – 20h)
São Paulo (SP)
PERÍODO:
PERÍODO:
de 3 de outubro a 21 de novembro de 2007; quartas-feiras das 19h30 às 22h
LOCAL:
LOCAL:
Escola Paulista de Medicina (Unifesp) – Anfiteatro Flávio da Fonseca (rua Botucatu 862, Vila Clementino, São Paulo – SP; telefone para informações: 11 64968564, ramal 2045)
INSCRIÇÕES ON LINE:
INSCRIÇÕES ON LINE:
de 5 a 27 de setembro no site
http://dpdphp.epm.br/acad/siex/index.htm (valor da inscrição = R$ 150,00)
OBJETIVOS:
Fomentar uma compreensão multidisciplinar da questão das “drogas”, ressaltando a relevância da abordagem das ciências humanas.
· Sistematizar e difundir conhecimentos acadêmicos sobre os múltiplos significados históricos e culturais associados às “drogas”.
Analisar problemas contemporâneos referentes às “drogas” e seus usos, tanto no contexto das sociedades “tradicionais” quanto no meio urbano.
· Incentivar o intercâmbio entre a pesquisa acadêmica sobre as “drogas” no campo das ciências humanas e os profissionais de saúde, educação, direito e outros.
Fornecer subsídios para o debate atual em torno das alternativas de políticas públicas relacionadas às “drogas”.
PROFESSORES: Beatriz Caiuby Labate (Unicamp) e Maurício Fiore (Unicamp)
COORDENAÇÃO: Renato Sztutman (Unifesp – Campus Guarulhos)
PÚBLICO ALVO: Profissionais da área de saúde e educação; interessados em geral
METODOLOGIA:
http://dpdphp.epm.br/acad/siex/index.htm (valor da inscrição = R$ 150,00)
OBJETIVOS:
Fomentar uma compreensão multidisciplinar da questão das “drogas”, ressaltando a relevância da abordagem das ciências humanas.
· Sistematizar e difundir conhecimentos acadêmicos sobre os múltiplos significados históricos e culturais associados às “drogas”.
Analisar problemas contemporâneos referentes às “drogas” e seus usos, tanto no contexto das sociedades “tradicionais” quanto no meio urbano.
· Incentivar o intercâmbio entre a pesquisa acadêmica sobre as “drogas” no campo das ciências humanas e os profissionais de saúde, educação, direito e outros.
Fornecer subsídios para o debate atual em torno das alternativas de políticas públicas relacionadas às “drogas”.
PROFESSORES: Beatriz Caiuby Labate (Unicamp) e Maurício Fiore (Unicamp)
COORDENAÇÃO: Renato Sztutman (Unifesp – Campus Guarulhos)
PÚBLICO ALVO: Profissionais da área de saúde e educação; interessados em geral
METODOLOGIA:
Serão dadas aulas expositivas, e no final, será estimulado o debate com os alunos. Os alunos serão incentivados a ler a bibliografia do curso, que estará disponível, embora a leitura dos textos não seja obrigatória. Será fornecido um certificado do curso, o qual depende da freqüência em 75% das aulas.
PROGRAMA:
1ª sessão – 3/10
A pesquisa sobre substâncias psicoativas nas ciências sociais e, mais especificamente, na antropologia
Panorama da multiplicidade de significados culturais dos consumos de psicoativos.
A importância das ciências sociais para a compreensão do fenômeno das “drogas”.
O consumo de drogas como fenômeno cultural legítimo.
A desnaturalização da questão das “drogas”.
Abordagem clássica: droga, set e setting.
Controles sociais do consumo de “Drogas”.
Sanções e rituais sociais formais e informais.
2ª sessão – 10/10
Drogas e proibicionismo: uma abordagem histórica
Bebidas alcoólicas, drogas, alimentos e remédios: fronteiras e limites.
As primeiras classificações sobre as drogas.
O conceito de alucinógeno, psciodélico e enteógeno.
A emergência do uso de “drogas” enquanto problema social.
3ª sessão – 17/10
O uso de substâncias psicoativas entre populações indígenas
Xamanismo e psicoativos.
O trânsito entre o domínio humano e o não-humano.
Alucinógenos e tabaco na Amazônia.
Jurema no nordeste.
O uso de bebidas fermentadas e as caiunagens.
Concepções indígenas sobre substâncias psicoativas – plantas como seres humanos com subjetividade, agência e intencionalidade.
4ª sessão – 24/10
Consumo de substâncias psicoativas e novas formas da vida religiosa nas sociedades modernas
Native American Church – peiote - México, EUA e Canadá.
Buiti – iboga - Gabão e Camarões.
Ayahuasca no Brasil - Santo Daime, Barquinha, União do Vegetal e novos usos urbanos.
5ª sessão – 31/10
Análise dos discursos médicos sobre as drogas e, mais especificamente, do conceito de dependência
O conceito de risco.
Limitações das pesquisas epidemiológicas sobre drogas.
Efeito placebo ou sugestão.
A produção dos fármacos.
A construção histórica do conceito de dependência.
Dependência = doença?
Prazer “artificial” x prazer “natural”.
O normal e o patológico.
Os manuais psiquiátricos sobre a dependência química.
6ª sessão – 07/11
Mídia, violência e a legislação proibicionista
Padrões de abordagem midiática no tocante ao uso de drogas.
Alternativas possíveis para a veiculação midiática.
A proibição das drogas como fenômeno do século XX.
O mercado negro e a violência.
Tráfico de drogas: distribuição desigual de conseqüências.
Problemas e dilemas da nova lei de “drogas” brasileira.
Experiências internacionais.
7ª sessão – 14/11
O psicodelismo contemporâneo: dos anos 60 até hoje
O movimento psicodélico nos anos sessenta
O universo das raves.
As drogas de desenho.
O futuro da psicofarmacologia
8ª sessão – 21/11 – Debate sobre redução de danos (a confirmar)
Maurício Fiore (Unicamp/CEBRAP/NEIP) – “Algumas reflexões sobre a redução de danos”
Stella Almeida (Doutora em Psicologia Experimental USP e Pós-Doutoranda em Psicologia Experimental/USP/NEIP) – “Controvérsias sobre projeto Baladaboa de redução de danos para o ECSTASY”
Um convidado da área médica, a definir – “A redução de danos a partir da perspectiva clínica”
Mediadora: Bia Labate (Unicamp/ NEIP /Alto das Estrelas)
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA (OPCIONAL):
1ª sessão – A pesquisa sobre substâncias psicoativas nas ciências sociais e, mais especificamente, na antropologia
Bibliografia básica:
BECKER, Howard. Uma teoria da ação coletiva. Rio de Janeiro, Zahar, 1977, cap. 5 (“As regras e sua imposição”), pp.86-107; cap. 10 (“Consciência, poder e efeito da droga”), pp.181-204.
MacRae, E. “Antropologia: Aspectos Sociais, Culturais e Ritualísticos”, in: SEIBEL, S. D. e Toscano Jr., A. (orgs.). Dependência de Drogas. São Paulo, Atheneu, 2000, pp. 25-34´;
Bibliografia complementar:
ROCHA, Everardo. O que é Etnocentrismo. São Paulo, Ed. Brasiliense, 1984.
MACRAE, Edward. “O controle do uso de substâncias psicoativas”, in: PASSETTI, E. e Silva, R. D. B., (orgs.). Conversações abolicionistas: uma crítica do sistema punitivo. São Paulo, IBCCrim/ PUC-SP, 1997.
ZINBERG, Norman Earl. Drug, set, and setting: the basis for controlled intoxicant use. Nova Haven, Yale University Press, 1984, cap. 1 (“Historical perspectives"), pp. 1-18.
2ª sessão – Drogas e proibicionismo: uma abordagem histórica
Bibliografia básica:
ESCOHOTADO, Antonio. Historia elemental de las drogas. Barcelona: Anagrama, 1996; pp. 88-117.
VARGAS, E. V. “Os corpos intensivos: sobre o estatuto social das drogas legais e ilegais”. In: DUARTE, L. F. D. e LEAL, O. F. (orgs). Doença, sofrimento, perturbação: perspectivas etnográficas. Rio de Janeiro, Ed. Fiocruz, 2001, pp. 121-137.
Bibliografia complementar:
FIORE, Maurício. Uso de "drogas": controvérsias médicas e debate público. Campinas, Mercado de Letras, no prelo, cap. 1 (“O uso de “drogas” enquanto questão social – instituição e desdobramentos”).
VELHO, Gilberto. “Duas Categorias de Acusação na Cultura Brasileira Contemporânea”. In: Individualismo e Cultura: notas para uma Antropologia da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987.
3ª sessão – O uso de substâncias psicoativas entre populações indígenas
Bibliografia básica:
DIAS, Laércio Fidelis. “Usos e abusos de bebidas alcoólicas segundo os Povos Indígenas do Uaçá”, in: LABATE, Beatriz C.; FIORE, Maurício e GOULART, Sandra L. (orgs). Drogas: perspectivas em ciências humanas. Campinas, Editora Mercado de Letras, no prelo.
GOW, Peter. “Asleep, drunk, hallucinating: altering bodily state through consumption in peruvian Amazonia”. Ms.
MOTA, Clarice Novaes da. “Jurema e identidades: um ensaio sobre a diáspora de uma planta poderosa”, in: LABATE e GOULART (orgs.). O uso ritual das plantas de poder. Campinas, Mercado de Letras, 2005, pp. 219-237.
SHEPARD, Glenn. "Venenos Divinos: plantas psicoativas dos Machiguenga do Peru", in: LABATE e GOULART (orgs.). Campinas, Editora Mercado de Letras, 2005, pp. 187-217.
SZTUTMAN, Renato. “Cauim, substância e efeito” in: LABATE, Beatriz C.; FIORE, Maurício e GOULART, Sandra L. (orgs). Drogas: perspectivas em ciências humanas. Campinas, Editora Mercado de Letras, no prelo.
Bibliografia complementar:
WILKELMAN, Michael e SCHULTES, R. E. “The Principal American hallucionogenic plants na their bioactive properties” in: WINKELMAN, M. E ANDRITZKY, Walter (orgs.). Sacred Plants, Consciousness, and Healing. Yearbook of Cross-Cultural Medicine and Psychotherapy. Berlim: Verlag für Wissenschaft und Bildung, 1995, pp. 205-239.
4ª sessão – Consumo de substâncias psicoativas e novas formas da vida religiosa nas sociedades modernas
Bibliografia básica:
LABATE, Beatriz C. “A literatura brasileira sobre as religiões ayahuasqueiras”, in: LABATE, Beatriz C. e SENA ARAÚJO Araújo, Wladimyr. (orgs.). O Uso Ritual da Ayahuasca. Campinas, Mercado de Letras, 2004, 2ª ed., pp. 231-273.
LANTERNARI, V. As Religiões dos Oprimidos. São Paulo, Perspectiva, 1974, pp.73-123.
SAMORINI, Giorgio. “Buiti: religião enteogênica africana”, in: Labate, Beatriz C. e Goulart, Sandra L. (orgs.). O Uso Ritual das Plantas de Poder. Campinas, Mercado de Letras, 2005, pp. 301-329.
Bibliografia complementar:
Goulart, Sandra Lucia. “Introdução” e “Alguns eventos elucidativos: acusação e conflito” in: Contrastes e Continuidades em uma Tradição Amazônica. Tese de Doutorado em Ciências Sociais, Unicamp, 2004, pp. 8-26 e pp. 279-287.
LABATE, B., GOULART, S. e CARNEIRO, H. “Introdução”, in: LABATE, Beatriz e GOULART, Sandra (orgs.). O Uso Ritual das Plantas de Poder. Campinas, Mercado de Letras, 2005, pp. 28-62.
5ª sessão – Análise dos discursos médicos sobre as drogas e, mais especificamente, do conceito de dependência
Bibliografia básica
FIORE, Maurício. Uso de "drogas": controvérsias médicas e debate público (Mercado de Letras, no prelo), cap. 4 (“Temas centrais das controvérsias médicas sobre uso de “drogas”).
Bibliografia complementar:
FIORE, M. “A medicalização da questão do uso de “drogas” no Brasil: reflexões acerca de debates institucionais e jurídicos”, in VENÂNCIO, R. e CARNEIRO, H. Álcool e Drogas na História do Brasil. São Paulo, Alameda Editorial, 2005, pp. 257-290.
MARRAS, Stelio. “Ratos e homens – e o efeito placebo: um reencontro da Cultura no caminho da Natureza”, in: Revista Campos, número 2, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Paraná. Paraná, 2002, pp. 117-133.
6ª sessão – Mídia, violência e a legislação proibicionista
FIORE, Maurício.Uso de "drogas": controvérsias médicas e debate público. Campinas, Mercado de Letras, no prelo), cap. 3 (“Observações acerca da veiculação pública e midiática de falas médicas”).
KARAM, Maria Lucia. “A Lei 11.343/06 e os repetidos danos do proibicionismo”, in: LABATE, Beatriz C.; FIORE, Maurício e GOULART, Sandra L. (orgs). Drogas: perspectivas em ciências humanas. Campinas, Editora Mercado de Letras, no prelo.
RODRIGUES, Thiago. Narcotráfico: uma guerra na guerra. São Paulo, Desatino, 2003, pp. 25-70.
__________. Política e drogas nas Américas. São Paulo, Educ/FAPESP, 2004, pp. 93- 167 e pp. 307-322.
Lei n 11.343, de 23 de agosto de 2006.
Bibliografia complementar:
carlini-cotrim, B. (et. al.) “A mídia na fabricação do pânico de drogas: um estudo no Brasil”. Comunicação & Política, v. 1, nº. 2, nova série. Rio de Janeiro, 1995, pp. 217-230.
GOMES, Luis Flávio. “Usuário de drogas: transação, descumprimento, reincidência e condenação” Revista jurídica on-line Última instância – www.ultimainstancia.com.br.
7ª sessão – O psicodelismo contemporâneo
Bibliografia básica:
ALMEIDA, S. P.; SILVA, M. T. “Sintéticas, recreativas e ilegais: drogas de uma geração química”. In: Silveira, Dartiu Xavier da. e Moreira, Fernanda Gonçalves (org.). Panorama Atual de Drogas e Dependências. 1 ed. São Paulo, v. 1., 2005.
CARNEIRO, Henrique. “Autonomia ou heteronomia nos estados alterados de consciência. In: LABATE, Beatriz C.; FIORE, Maurício e GOULART, Sandra L. (orgs). Drogas: perspectivas em ciências humanas. Campinas, Editora Mercado de Letras, no prelo.
Bibliografia complementar:
ALMEIDA, Maria Isabel Mendes de e EUGENIO, Fernanda. “Paisagens Existenciais e Alquimias Pragmáticas: uma reflexão comparativa do recurso às ‘drogas’ no contexto da contracultura e nas cenas eletrônicas contemporâneas”. In: LABATE, Beatriz C.; FIORE, Maurício e GOULART, Sandra L. (orgs). Drogas: perspectivas em ciências humanas. Campinas, Editora Mercado de Letras, no prelo.
VELHO, G. Nobres e anjos: um estudo sobre tóxicos e hierarquia. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1998.
EQUIPE:
Renato Sztutman é professor de antropologia na Unifesp – Campus Guarulhos. Doutor em Antropologia Social pela USP na área de etnologia e história indígena, com a tese O profeta e o principal: a ação política ameríndia e seus personagens. Em sua dissertação de mestrado, estudou o consumo de bebidas fermentadas na Amazônia indígena. Publicou vários artigos em revistas especializadas e como capítulos de coletâneas. Desde 1995, é pesquisador do Núcleo de História Indígena e do Indigenismo – NHII, coordenado por Dominique Gallois, e do Grupo de Antropologia Visual – GrAVi, coordenado por Sylvia Caiuby Novaes, ambos da USP. É colaborador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos – NEIP.
Beatriz Caiuby Labate é mestre em Antropologia Social e doutoranda pela Unicamp. Sua dissertação recebeu o Prêmio de Melhor Tese de Mestrado em Ciências Sociais do Brasil em 2000, da ANPOCS (Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais). É co-organizadora dos livros O uso ritual da ayahuasca (Mercado de Letras 2002, 2004 2ª ed.), O uso ritual das plantas de poder (Mercado de Letras, 2005) e Drogas: perspectivas em ciências humanas (Mercado de Letras, no prelo) e autora do livro A reinvenção do uso da ayahuasca nos centros urbanos (Mercado de Letras, 2004). É membro fundador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos – NEIP e editora de seu site (www.neip.info). Em fevereiro de 2005, fundou o Alto das Estrelas (http://alto-das-estrelas.blogspot.com), um instituto privado localizado na Pedra Branca, Caldas (MG), que promove pesquisa antropológica, eventos acadêmicos e de difusão cultural, além de pesquisar o cultivo e o preparo de espécies vegetais.
Maurício Fiore nasceu é mestre em Antropologia Social pela USP e doutorando em Antropologia Social pela Unicamp. Trabalhou, em sua dissertação de mestrado, com controvérsias médicas e a questão do uso de “drogas”. Dedica-se há algum tempo ao tema psicoativos, principalmente no tocante ao debate público sobre a questão. Trabalha também como pesquisador no Centro de Estudos da Metrópole sediado no Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). É autor do livro Uso de "drogas": controvérsias médicas e debate público (Mercado de Letras, 2007) e co-organizador do livro Drogas: perspectivas em ciências humanas (Mercado de Letras, no prelo). É membro fundador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos – NEIP.
PROGRAMA:
1ª sessão – 3/10
A pesquisa sobre substâncias psicoativas nas ciências sociais e, mais especificamente, na antropologia
Panorama da multiplicidade de significados culturais dos consumos de psicoativos.
A importância das ciências sociais para a compreensão do fenômeno das “drogas”.
O consumo de drogas como fenômeno cultural legítimo.
A desnaturalização da questão das “drogas”.
Abordagem clássica: droga, set e setting.
Controles sociais do consumo de “Drogas”.
Sanções e rituais sociais formais e informais.
2ª sessão – 10/10
Drogas e proibicionismo: uma abordagem histórica
Bebidas alcoólicas, drogas, alimentos e remédios: fronteiras e limites.
As primeiras classificações sobre as drogas.
O conceito de alucinógeno, psciodélico e enteógeno.
A emergência do uso de “drogas” enquanto problema social.
3ª sessão – 17/10
O uso de substâncias psicoativas entre populações indígenas
Xamanismo e psicoativos.
O trânsito entre o domínio humano e o não-humano.
Alucinógenos e tabaco na Amazônia.
Jurema no nordeste.
O uso de bebidas fermentadas e as caiunagens.
Concepções indígenas sobre substâncias psicoativas – plantas como seres humanos com subjetividade, agência e intencionalidade.
4ª sessão – 24/10
Consumo de substâncias psicoativas e novas formas da vida religiosa nas sociedades modernas
Native American Church – peiote - México, EUA e Canadá.
Buiti – iboga - Gabão e Camarões.
Ayahuasca no Brasil - Santo Daime, Barquinha, União do Vegetal e novos usos urbanos.
5ª sessão – 31/10
Análise dos discursos médicos sobre as drogas e, mais especificamente, do conceito de dependência
O conceito de risco.
Limitações das pesquisas epidemiológicas sobre drogas.
Efeito placebo ou sugestão.
A produção dos fármacos.
A construção histórica do conceito de dependência.
Dependência = doença?
Prazer “artificial” x prazer “natural”.
O normal e o patológico.
Os manuais psiquiátricos sobre a dependência química.
6ª sessão – 07/11
Mídia, violência e a legislação proibicionista
Padrões de abordagem midiática no tocante ao uso de drogas.
Alternativas possíveis para a veiculação midiática.
A proibição das drogas como fenômeno do século XX.
O mercado negro e a violência.
Tráfico de drogas: distribuição desigual de conseqüências.
Problemas e dilemas da nova lei de “drogas” brasileira.
Experiências internacionais.
7ª sessão – 14/11
O psicodelismo contemporâneo: dos anos 60 até hoje
O movimento psicodélico nos anos sessenta
O universo das raves.
As drogas de desenho.
O futuro da psicofarmacologia
8ª sessão – 21/11 – Debate sobre redução de danos (a confirmar)
Maurício Fiore (Unicamp/CEBRAP/NEIP) – “Algumas reflexões sobre a redução de danos”
Stella Almeida (Doutora em Psicologia Experimental USP e Pós-Doutoranda em Psicologia Experimental/USP/NEIP) – “Controvérsias sobre projeto Baladaboa de redução de danos para o ECSTASY”
Um convidado da área médica, a definir – “A redução de danos a partir da perspectiva clínica”
Mediadora: Bia Labate (Unicamp/ NEIP /Alto das Estrelas)
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA (OPCIONAL):
1ª sessão – A pesquisa sobre substâncias psicoativas nas ciências sociais e, mais especificamente, na antropologia
Bibliografia básica:
BECKER, Howard. Uma teoria da ação coletiva. Rio de Janeiro, Zahar, 1977, cap. 5 (“As regras e sua imposição”), pp.86-107; cap. 10 (“Consciência, poder e efeito da droga”), pp.181-204.
MacRae, E. “Antropologia: Aspectos Sociais, Culturais e Ritualísticos”, in: SEIBEL, S. D. e Toscano Jr., A. (orgs.). Dependência de Drogas. São Paulo, Atheneu, 2000, pp. 25-34´;
Bibliografia complementar:
ROCHA, Everardo. O que é Etnocentrismo. São Paulo, Ed. Brasiliense, 1984.
MACRAE, Edward. “O controle do uso de substâncias psicoativas”, in: PASSETTI, E. e Silva, R. D. B., (orgs.). Conversações abolicionistas: uma crítica do sistema punitivo. São Paulo, IBCCrim/ PUC-SP, 1997.
ZINBERG, Norman Earl. Drug, set, and setting: the basis for controlled intoxicant use. Nova Haven, Yale University Press, 1984, cap. 1 (“Historical perspectives"), pp. 1-18.
2ª sessão – Drogas e proibicionismo: uma abordagem histórica
Bibliografia básica:
ESCOHOTADO, Antonio. Historia elemental de las drogas. Barcelona: Anagrama, 1996; pp. 88-117.
VARGAS, E. V. “Os corpos intensivos: sobre o estatuto social das drogas legais e ilegais”. In: DUARTE, L. F. D. e LEAL, O. F. (orgs). Doença, sofrimento, perturbação: perspectivas etnográficas. Rio de Janeiro, Ed. Fiocruz, 2001, pp. 121-137.
Bibliografia complementar:
FIORE, Maurício. Uso de "drogas": controvérsias médicas e debate público. Campinas, Mercado de Letras, no prelo, cap. 1 (“O uso de “drogas” enquanto questão social – instituição e desdobramentos”).
VELHO, Gilberto. “Duas Categorias de Acusação na Cultura Brasileira Contemporânea”. In: Individualismo e Cultura: notas para uma Antropologia da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987.
3ª sessão – O uso de substâncias psicoativas entre populações indígenas
Bibliografia básica:
DIAS, Laércio Fidelis. “Usos e abusos de bebidas alcoólicas segundo os Povos Indígenas do Uaçá”, in: LABATE, Beatriz C.; FIORE, Maurício e GOULART, Sandra L. (orgs). Drogas: perspectivas em ciências humanas. Campinas, Editora Mercado de Letras, no prelo.
GOW, Peter. “Asleep, drunk, hallucinating: altering bodily state through consumption in peruvian Amazonia”. Ms.
MOTA, Clarice Novaes da. “Jurema e identidades: um ensaio sobre a diáspora de uma planta poderosa”, in: LABATE e GOULART (orgs.). O uso ritual das plantas de poder. Campinas, Mercado de Letras, 2005, pp. 219-237.
SHEPARD, Glenn. "Venenos Divinos: plantas psicoativas dos Machiguenga do Peru", in: LABATE e GOULART (orgs.). Campinas, Editora Mercado de Letras, 2005, pp. 187-217.
SZTUTMAN, Renato. “Cauim, substância e efeito” in: LABATE, Beatriz C.; FIORE, Maurício e GOULART, Sandra L. (orgs). Drogas: perspectivas em ciências humanas. Campinas, Editora Mercado de Letras, no prelo.
Bibliografia complementar:
WILKELMAN, Michael e SCHULTES, R. E. “The Principal American hallucionogenic plants na their bioactive properties” in: WINKELMAN, M. E ANDRITZKY, Walter (orgs.). Sacred Plants, Consciousness, and Healing. Yearbook of Cross-Cultural Medicine and Psychotherapy. Berlim: Verlag für Wissenschaft und Bildung, 1995, pp. 205-239.
4ª sessão – Consumo de substâncias psicoativas e novas formas da vida religiosa nas sociedades modernas
Bibliografia básica:
LABATE, Beatriz C. “A literatura brasileira sobre as religiões ayahuasqueiras”, in: LABATE, Beatriz C. e SENA ARAÚJO Araújo, Wladimyr. (orgs.). O Uso Ritual da Ayahuasca. Campinas, Mercado de Letras, 2004, 2ª ed., pp. 231-273.
LANTERNARI, V. As Religiões dos Oprimidos. São Paulo, Perspectiva, 1974, pp.73-123.
SAMORINI, Giorgio. “Buiti: religião enteogênica africana”, in: Labate, Beatriz C. e Goulart, Sandra L. (orgs.). O Uso Ritual das Plantas de Poder. Campinas, Mercado de Letras, 2005, pp. 301-329.
Bibliografia complementar:
Goulart, Sandra Lucia. “Introdução” e “Alguns eventos elucidativos: acusação e conflito” in: Contrastes e Continuidades em uma Tradição Amazônica. Tese de Doutorado em Ciências Sociais, Unicamp, 2004, pp. 8-26 e pp. 279-287.
LABATE, B., GOULART, S. e CARNEIRO, H. “Introdução”, in: LABATE, Beatriz e GOULART, Sandra (orgs.). O Uso Ritual das Plantas de Poder. Campinas, Mercado de Letras, 2005, pp. 28-62.
5ª sessão – Análise dos discursos médicos sobre as drogas e, mais especificamente, do conceito de dependência
Bibliografia básica
FIORE, Maurício. Uso de "drogas": controvérsias médicas e debate público (Mercado de Letras, no prelo), cap. 4 (“Temas centrais das controvérsias médicas sobre uso de “drogas”).
Bibliografia complementar:
FIORE, M. “A medicalização da questão do uso de “drogas” no Brasil: reflexões acerca de debates institucionais e jurídicos”, in VENÂNCIO, R. e CARNEIRO, H. Álcool e Drogas na História do Brasil. São Paulo, Alameda Editorial, 2005, pp. 257-290.
MARRAS, Stelio. “Ratos e homens – e o efeito placebo: um reencontro da Cultura no caminho da Natureza”, in: Revista Campos, número 2, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Paraná. Paraná, 2002, pp. 117-133.
6ª sessão – Mídia, violência e a legislação proibicionista
FIORE, Maurício.Uso de "drogas": controvérsias médicas e debate público. Campinas, Mercado de Letras, no prelo), cap. 3 (“Observações acerca da veiculação pública e midiática de falas médicas”).
KARAM, Maria Lucia. “A Lei 11.343/06 e os repetidos danos do proibicionismo”, in: LABATE, Beatriz C.; FIORE, Maurício e GOULART, Sandra L. (orgs). Drogas: perspectivas em ciências humanas. Campinas, Editora Mercado de Letras, no prelo.
RODRIGUES, Thiago. Narcotráfico: uma guerra na guerra. São Paulo, Desatino, 2003, pp. 25-70.
__________. Política e drogas nas Américas. São Paulo, Educ/FAPESP, 2004, pp. 93- 167 e pp. 307-322.
Lei n 11.343, de 23 de agosto de 2006.
Bibliografia complementar:
carlini-cotrim, B. (et. al.) “A mídia na fabricação do pânico de drogas: um estudo no Brasil”. Comunicação & Política, v. 1, nº. 2, nova série. Rio de Janeiro, 1995, pp. 217-230.
GOMES, Luis Flávio. “Usuário de drogas: transação, descumprimento, reincidência e condenação” Revista jurídica on-line Última instância – www.ultimainstancia.com.br.
7ª sessão – O psicodelismo contemporâneo
Bibliografia básica:
ALMEIDA, S. P.; SILVA, M. T. “Sintéticas, recreativas e ilegais: drogas de uma geração química”. In: Silveira, Dartiu Xavier da. e Moreira, Fernanda Gonçalves (org.). Panorama Atual de Drogas e Dependências. 1 ed. São Paulo, v. 1., 2005.
CARNEIRO, Henrique. “Autonomia ou heteronomia nos estados alterados de consciência. In: LABATE, Beatriz C.; FIORE, Maurício e GOULART, Sandra L. (orgs). Drogas: perspectivas em ciências humanas. Campinas, Editora Mercado de Letras, no prelo.
Bibliografia complementar:
ALMEIDA, Maria Isabel Mendes de e EUGENIO, Fernanda. “Paisagens Existenciais e Alquimias Pragmáticas: uma reflexão comparativa do recurso às ‘drogas’ no contexto da contracultura e nas cenas eletrônicas contemporâneas”. In: LABATE, Beatriz C.; FIORE, Maurício e GOULART, Sandra L. (orgs). Drogas: perspectivas em ciências humanas. Campinas, Editora Mercado de Letras, no prelo.
VELHO, G. Nobres e anjos: um estudo sobre tóxicos e hierarquia. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1998.
EQUIPE:
Renato Sztutman é professor de antropologia na Unifesp – Campus Guarulhos. Doutor em Antropologia Social pela USP na área de etnologia e história indígena, com a tese O profeta e o principal: a ação política ameríndia e seus personagens. Em sua dissertação de mestrado, estudou o consumo de bebidas fermentadas na Amazônia indígena. Publicou vários artigos em revistas especializadas e como capítulos de coletâneas. Desde 1995, é pesquisador do Núcleo de História Indígena e do Indigenismo – NHII, coordenado por Dominique Gallois, e do Grupo de Antropologia Visual – GrAVi, coordenado por Sylvia Caiuby Novaes, ambos da USP. É colaborador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos – NEIP.
Beatriz Caiuby Labate é mestre em Antropologia Social e doutoranda pela Unicamp. Sua dissertação recebeu o Prêmio de Melhor Tese de Mestrado em Ciências Sociais do Brasil em 2000, da ANPOCS (Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais). É co-organizadora dos livros O uso ritual da ayahuasca (Mercado de Letras 2002, 2004 2ª ed.), O uso ritual das plantas de poder (Mercado de Letras, 2005) e Drogas: perspectivas em ciências humanas (Mercado de Letras, no prelo) e autora do livro A reinvenção do uso da ayahuasca nos centros urbanos (Mercado de Letras, 2004). É membro fundador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos – NEIP e editora de seu site (www.neip.info). Em fevereiro de 2005, fundou o Alto das Estrelas (http://alto-das-estrelas.blogspot.com), um instituto privado localizado na Pedra Branca, Caldas (MG), que promove pesquisa antropológica, eventos acadêmicos e de difusão cultural, além de pesquisar o cultivo e o preparo de espécies vegetais.
Maurício Fiore nasceu é mestre em Antropologia Social pela USP e doutorando em Antropologia Social pela Unicamp. Trabalhou, em sua dissertação de mestrado, com controvérsias médicas e a questão do uso de “drogas”. Dedica-se há algum tempo ao tema psicoativos, principalmente no tocante ao debate público sobre a questão. Trabalha também como pesquisador no Centro de Estudos da Metrópole sediado no Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). É autor do livro Uso de "drogas": controvérsias médicas e debate público (Mercado de Letras, 2007) e co-organizador do livro Drogas: perspectivas em ciências humanas (Mercado de Letras, no prelo). É membro fundador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos – NEIP.
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